Queridos Amigos!
Em tempos de capitalismo, muitas das vezes exacerbado, não nos assustemos com fatos ocorridos em vários segmentos da sociedade de forma esdrúxula. Refiro-me ao Futebol.
O que me chamou à atenção nos últimos dias foi o caso Neymar, porém, não me assustou pelo fato de saber de perto como isso funciona, entretanto, sem querer subestimar a ninguém, observo que, o torcedor comum, que é muito passional, emotivo e sem o crivo da razão, talvez aceite ou discorde sem analisar os fatos aprofundadamente.
Quando ocorreu o fato de o jogador não ter aceitado obedecer a hierarquia, que está acabando ou nunca existiu no futebol Brasileiro de ponta, as opiniões ficaram divididas em vários segmentos, na mídia, torcedores, pessoas comuns... Foram poucos os que vi se posicionarem contra a atitude do jogador, como o Rene Simões que veio a público, como pai, treinador e professor, condenar a postura do jogador, ao contrário de muitos da mídia que querem mais é ver o "circo pegar fogo" para venderem notícias através dos jornais, televisão, revistas...
Mas a história tem dois lados. Vamos aos fatos:
O lado do Neymar: É realmente muito difícil conviver com a fama e o dinheiro repentinos, sem falar nas portas que se abrem para o jogador, (entendam poder absoluto) e das orientações desorganizadas e capitalistas pois, a partir de agora, tudo que o Neymar encostar vira OURO. Sendo assim, como estamos na era do TER, o SER fica em terceiro ou quarto plano causando um turbilhão de dúvidas na cabeça do "garoto". É, eu disse garoto, o que ele é, não pensemos que o dinheiro da a ele tudo que os materialistas pensam, as fases da vida precisam ser respeitadas e ele não é diferente, sente falta de ir ao cinema com a namorada, a praia com os amigos, jogar uma pelada de vez em quando, coisas normais de um jovem em plena formação, todavia, quando isso tudo acontece em menos de um ano, por exemplo, o entendimento não vem da noite para o dia, se faz necessário amadurecimento e, o mesmo, só vem com o tempo. Não o estou eximindo das responsabilidades mas, só o tempo mesmo dará a ele as condições de enfrentar tudo isso e sair com poucas sequelas. Eu disse poucas porque é quase impossível uma pessoa que não possa viver a própria vida, não tenha problemas no futuro relacionados as questões de vida social e até mesmo conflitos familiares e conjugais.
A Mídia: Ela é dividida em dois grupos, o que quer dar a notícia de forma sensacionalista e, muitas vezes cruel, e o dos que debatem de forma elucidativa. No primeiro nós percebemos um certo despreparo quanto a abordagem dos fatos, se é amigo ou conhecido do jogador então, não fala o que deve ser falado e muito menos criam debates de maneira construtiva preocupando-se com o público, já no segundo, geralmente trazem luz ao público com debates banhados de conhecimentos técnicos e científicos convidando, quando em programas de TV, por exemplo, profissionais das áreas da Psicologia, Sociologia, da Medicina...
Bem, queridos amigos, se para alguns é de extrema relevância ver essas cenas torpes, que tanto estimulam nossos filhos a fazerem o mesmo, não podemos fazer absolutamente nada, entretanto, para os que se preocupam com a educação dos jovens em nosso contraditório país, está mais do que na hora de nos posicionarmos de alguma maneira repudiando tais atitudes, eu já tomei a minha: Não vou mais a estádio de futebol dar meu suado dinheirinho a esse modelo que, embora seja bom por um lado, por outro eu acredito que trará danos morais a nossa sociedade e também financeiros, como no caso do Pam que deixou uma enxurrada de obras inacabadas no Rio, o engenhão não se tornou um "elefante branco" porque juntaram a fome com a vontade de comer, o Botafogo sem estádio e o lindo estádio sem ter quem o queira. Foi o casamento perfeito.
Sugiro que façamos o que o grande filósofo e imortal Sócrates tinha como concepção de vida: "Penso, falo e depois atuo".
Abraços sinceros!
Iran Damasceno.