Olá leitor!
Certa vez, ao assistir ao filme "A Guerra do fogo", bastante educativo e elucidativo, eu pude perceber uma série de aspectos que até então eu não havia percebido quanto ao comportamento humano, em relação as suas emoções no convívio homem e mulher. Chamou-me a atenção uma cena entre uma fêmea e dois machos (era primitiva) que, ao terem o instinto aflorado quanto ao sexo a fêmea optou não pelo mais forte somente, mas por aquele que demonstrava uma certa sensibilidade na forma de tratá-la, ainda que primitivamente. No momento do sexo ele a colocou na posição animal e, ao perceberem que estavam sentindo algo além do "tesão", ambos se viraram e realizaram o tradicional "papai e mamãe" (homem sobre a mulher). Passado algum tempo ela aparece grávida e ele acariciando sua barriga, demonstrando uma certa emoção em relação ao que haviam criado: Um filho!
A ilustração, embora através de um filme fictício, trás a tônica das dificuldades na relação homem x mulher quanto ao desrespeito de um pelo outro. Chegando ao porque das relações estarem sendo levadas para o campo do desrespeito e até a da violência, podendo haver a morte como consequência, podemos perceber casais extremamente desorientados e vivendo como "marionetes" um do outro, sendo dependentes das ações e desmandos do parceiro (a), sem autonomia sobre sua própria vida, dando e recebendo ordens ao outro, agredindo-se na palavra, nos atos e fisicamente falando, também, e por aí vai... Isso é preocupante e, em caso de duradoura a relação nessas condições, pode-se afirmar haver uma PATOLOGIA de ambos ou de alguma das partes. Vejamos alguns exemplos de situações para que possamos pensar e observar se já nos deparamos com tais situações ou pelo menos conhecemos alguém.
1 - Ele (a) não quer que o outro vista roupa que ele (a) entende ser indecente e briga por isso.
2 - Não permitir que o outro fale ou conviva com outras pessoas do sexo oposto, seja no trabalho, vizinhança, na academia e até mesmo com parentes em dias de festas e reuniões.
3 - Projeta no outro situações que ele (a) não é, como desqualificá-lo (a): Chamar de traidor (a), O relacionamento anterior era melhor, EU sou bonito (a), todos gostam de mim, já tive isso e dispensei, impõe que o parceiro (a) se afaste dos amigos e perentes, brigas constantes...
Alguns dizem que fazem isso por amor. Estão completamente errados! Amor é liberdade, respeito, carinho, preocupação com o próximo, doação, compaixão... O que vimos acima é DOENÇA! Temos, todos nós, mazelas que vem de mais longe do que imaginamos, está além do corpo e devemos perceber a partir do momento em que atingimos o outro, é daí que inicia a CURA dessa doença chamada EGOÍSMO. Os casais estão cada vez mais se separando por isso e deveriam, pelo menos os mais atentos, lutarem e combaterem tal desequilíbrio, do contrário, o término da relação é uma questão de tempo, porém, conheço casais que mesmo estando em uma verdadeira simbiose de sofrimento (as vezes ambos não percebem) continuam juntos e vão levando a relação. Certamente os que assim agem, lá na frente chegarão a exaustão e sofrerão as consequências dos equívocos que cometeram e não se preocuparam ou foram egoístas aos extremos para não darem um ponto final.
Já vi alguns casos de pessoas que assim agiram e acabaram na pior das situações para o ser que precisa viver em sociedade: O isolamento!
Viver e conviver com o outro passa pelo entendimento que o outro é o outro e que ele não pode caminhar com as minhas pernas, viver a minha vida, gostar sempre do que eu gosto, fazer sempre o que eu quero, deitar para que eu passe e não pise na lama (devemos saltar juntos a poça ou removê-la para que ambos passem)... Aprendi muita coisa com a frase que, em princípio parece fria, mas não é. Assim ela diz e age com alguns casais: "Eu te amo e você me ama, se assim pudermos viver será ótimo, do contrário, siga seu caminho que eu sigo o meu".
Paz aos que querem melhorar!
Iran Damasceno.