sábado, 3 de dezembro de 2016

ALGUÉM MATOU O AMOR”



Viajando um pouco lá pelas ideias de Nietzsche, especificamente em sua obra “A Gaia Ciência”, vamos nos deparar com algumas colocações e visões, para muitos neuróticas (que não é ou não as tem?), e assim nos colocarmos à pensar sobre o tema mais abordado na história da humanidade: O Amor! Interessante observarmos a quantidade de conceituações sobre o assunto e assim a mente viaja pelos campos da ilusão, do deslumbre, da decepção... aí vamos tentando entender o que seria, talvez, a emancipação da alma. Aquela alma que Sócrates (399 a/c) já se referia a sua pré-existência, mesmo em tempos longínquos. Voltando a “Gaia da Ciência” podemos ver o Filósofo questionar o amor e abordá-lo e relacionar a sua existência ao Ego, partindo da ideia de que ele é o mesmo em todas as conceituações, apenas visto e sentido de formas diferentes. Ele vai mais fundo e coloca a monogamia como uma forma de egoísmo, e diante do seu aforismo afirma ser o tipo de amor ideal.

A cobiça e o amor, segundo ele, são o mesmo impulso que apenas recebem nomes diferentes, todavia e largando o Espírito do “Filósofo maldito” vamos pelos caminhos que nos trouxeram até aqui, ante as nossas agruras nas tentativas de entendermos tal engendramento. Lembrando o “gozo’ ao qual Freud se refere, também podemos verificar que as ações do ego são, seguindo a linha desse gênio ainda mal compreendido, que o amor que tentamos representar como a essência divina, é algo discutível pelos radicais, entretanto jamais pelos extremistas, pois fechar o raciocínio sobre algo tão incompreendido, é morrer em vida e, o pior, morrer sem saber nada sobre o que é um sentimento controverso. As religiões se incumbiram muitíssimo bem em nos anestesiar sobre o tema porque fecha os olhos dos que querem ver, diante de afirmativas inconsistentes e, por vezes, pueril. Mas, o que é o amor?

Todos nós, sem exceção, já nos deparamos com situações onde entendemos termos amado e assim nos libertamos de algum sentimento menos nobre, como o egoísmo, por exemplo, contrariando a visão de Nietzsche, e aí pensamos estarmos “salvos’ das garras do ‘demônio”. Será? As obras que realizamos no ato de amar, como por exemplo a um filho ou a mãe, certamente nos garante (?) sabermos o que é o amor, todavia podemos estar de volta ao que o “Filósofo do terror’ se refere como egoísmo e até mesmo no ato da morte de alguém a quem amamos ardorosamente, ao ponto de querermos “ir juntos’ no caixão. Mas, vem os questionamentos dos pensadores não aceitos quando dizem que quando perdemos alguém a quem amamos estamos perdendo, inconscientemente, o "seio" que nos alimentava ou as "entranhas que nos davam prazeres eróticos". Frio, não? Pois é, mas se não fossem esses pensadores tidos como malditos, certamente não saberíamos das possibilidades da psiquê humana em entender se matamos ou não o amor.


Iran Damasceno.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

"POLÍTICA OU GESTÃO"



O Brasil está atravessando a ponte da regeneração, como todo o planeta Terra, entretanto nós brasileiros sentimos que estamos "cortando na própria carne" devido a eclosão das nossas inconsciências por termos deixado os problemas se agigantarem e, agora, após tantos séculos de anestesiamento, diante da falácia de que somos um "povo festeiro e feliz", estamos sentindo os efeitos negativos de tais concepções. Há quem diga, talvez uma maioria, que a política está nos matando e aí vem a inconsciência novamente, porém ela brota justamente da ignorância e falta de interesse em observarmos que mudanças urgem em nossas vidas e com a nação não seria diferente, portanto vem a pergunta: Precisamos de POLÍTICA ou de GESTÃO?

Quando falamos em política nos vem a mente pessoas sendo eleitas para exercerem funções administrativas diante de ações estratégicas e articuladoras. É exatamente isso. Mas, é exatamente isso que está nos levando ao caos. Vamos entender as pessoas, o processo e o produto: Pessoas são os agentes; Processo são as ações que devemos impetrar; Produto é o que faremos chegar ao "consumidor", da melhor maneira possível, levando a ele o que temos de melhor. Pois bem, mesmo não sendo Marcus Lemonis (O Sócio), temos que entender que a coisa pública deve e TEM que ser administrada como se estivéssemos administrando nosso próprio negócio, aquele que lutamos para criar ao longo dos anos, do qual dependemos nós e nossas famílias.

O grande problema, talvez e além da inconsciência, é que ainda não administramos nem mesmo as nossas vidas, diante dos planejamentos familiares, então como vamos administrar o país? Somos criadores e oriundos da cultura do 'temos que ser alguém na vida" (?) e isso consiste em termos uma profissão "nobre" (engenheiro, médico, militar de alta patente...) na 'high soçaite" e ganharmos muita grana, assim mantemos vivo o capitalismo deturpado que os países subdesenvolvidos tanto cultuam. Então, não seria isso que estaria nos incomodando o íntimo?

A sociedade é como o organismo humano, ou seja, quando algo não está bem, como uma infecção, e logo vem a febre para anunciar e reagir, assim somos nós que estamos infeccionados, febris mas infelizmente ainda não aceitamos o remédio certo porque o mesmo necessita ser tomado de forma cautelosa e dolorida, justamente pelo fato de não termos sido profiláticos e aí ficamos adoecidos com as piores doenças da humanidade: O dinheiro, poder, materialismo, egoísmos...

Se formos observar pela ótica do sistema de governo também podemos atentar ao fato de que o presidencialismo com presidência independente da legislatura já deu o que tinha que dar, até porque a monarquia constitucional, no Reino Unido, por exemplo, onde os ministros são sujeitos a confiança parlamentar, conseguem administrar de forma consistente e distribui o que arrecadam em prol da nação, assim e diante de uma concepção mais humana e inteligente eles se desenvolvem mesmo diante dos problemas. Na França, onde a presidência também é independente da legislatura, os ministros são sujeitos a confiança parlamentar. Notem que o ponto de partida são vários segmentos pensando e interagindo com o povo, sem aquela enfadonha concepção brasileira de que os partidos é quem determinam as ações dos seus políticos, diante da célebre mentira que que a classe política é 'representante" do povo. Faliu, tal afirmativa...

Pois bem, será que diante de tantos exemplos mundo afora, não estaria na hora de revermos tais concepções e percebermos que o que nos falta é GESTÃO? Está na hora de empreendermos verdadeiramente e encararmos a administração pública como uma empresa que precisa funcionar de forma eficaz, assim ela geraria não somente os lucro$$ que nós brasileiros queremos, todavia a tão sonhada qualidade de vida que os países que possuem gestão administrativa real, tem.

Iran Damasceno