Olá, leitor!
A partir do momento em que a mente humana passou a manifestar-se por aqui podemos perceber que estava em andamento um processom bastante longo de aprendizado, através do desenvolvimento. Esse processo está em largo e constante desenvolvimento pelo fato de ainda termos muito o que ver neste "mundão de meu Deus", entretanto sabemos que já atingimos um patamar de entendimento que nos permitiria estirpar um mal que tanto assola as pessoas e destroe, principalmente as famílias, que é a HIPOCRISIA. Mas, que "substrato" é esse que tanto corroe o interior pessoal e acaba com as relações? Será que poderiamos classificar atitudes hipócritas?
Pensando na chegada de um novo ano (segundo nosso calendário) o inconsciente coletivo fica em "polvorosa" e parte para a tão comum "forma retrátil" e, porque não dizer, hipocrisia de final de ano. No natal abraçamos e beijamos aos nossos e os dos outros, no ano novo as promessas são mais instigantes ainda ao passo em que muitos, segundo a cultura de um povo místico como o brasileiro, vamos a areia da praia, de branco, fazemos promessas a santos, orixás... abraçamos a pessoa ao lado que nunca vimos "mais gorda ou magra", "oramos" pelo que nos ofendeu (sob o efeito da cerveja, vinho, champagne...), pulamos sete ondinhas, jogamos flores no mar (para dar mais trabalho aos garis).... mas, vem a reflexão: Isso é negativo? Não devemos ver nada de negativo ao que pode ser considerado bom e otimista, todavia o que pode ser encarado como prejudicial e corrosivo a alma humana é a tão destrutiva e corrosiva Hipocrisia, aquela que é criada, por vezes, como dispositivo de defesa e que nos "faz bem" ao ser criada porque nos "libera" das responsabilidades de encararmos a realidade de frente, de pagarmos o preço de sermos verdadeiros, sem ofender a ninguém, porém, de falarmos o que muitos não gostam de ouvir. Em família isso é muito comum, parentes que não se veem e não se comunicam a tempos por causa de alguma divergência, se comunicam em épocas de festas como se nada tivesse ocorrido e, a verdadeira questão a ser resolvida, vai para "debaixo do tapete". Mais um problema que poderia ser resolvido e aliviado as nossas consciências ficam isolados na alma e esperando o momento em que o "gatilho" das vontades seja acionado para explodir como uma "bomba H". É o perigo das questões não resolvidas, se assim for elas encontrarão o momento certo ou errado para virem a tona e, as consequência, serão as piores possiveis.
Enquanto a hipocrisia for de "calibre pequeno", como se autoafirmar dizendo algo que não sente e que no interior sabemos que não somos não há problema algum em relação ao proximo, porém quando isso se amplia e vai para a vida de relação, passando de simples sentimento próprio e vai para o embate com o outro, aí reside o perigo. Tem pessoas que dizem que se quiserem gostar delas tem que gostar como elas são, até concordamos mas temos que fazer uma ressalva: Niguém tem que se modificar para agradar ao outro, mas quando se trata de vida de relação, como falei anteriormente, devemos entender que o outro não é obrigado a me aceitar como eu sou pelo fato de eu querer que ele me aceite, sendo assim, o que está em discussão é a manifestação de tal atitude quanto ao próximo e não a nós mesmos. Fazer o mal, sacanear, prejudicar, despresar a quem te ajudou... não é atitude correta e muito menos positivo quando prjudicamos ao outro e achamos que isso não foi nada e que é normal, porém, a partir do momento em que passarmos pelo mesmo ato que impetramos ao atingido, certamente saberemos o preço da hipocrisia. Mas enquanto essa consciência não vem, façamos as nossas promessas, pulemos as nossas ondinhas, tomemos os champagnes, abracemos o outro ao lado, na praia... e assim caminha a humanidade.
Peço licença ao querido Cazuza para transformar uma frase da letra de uma das suas belas canções, que diz assim: "Hipocrisia, eu quero uma pra viver".
Iran Damasceno.