Olá, leitor!
EDIÇÃO ESPECIAL DO BLOG VARIEDADES
Iniciando os comentários a respeito do nosso combalido Brasil: "Craque se faz em casa", "Brasil é o país do carnaval", "Brasil é um país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza"... É a retórica do antagonismo vivencial e retrógrado, além de contraditório, em que vivemos. Diante de tantas maravilhas naturais, de comportamento alegre e descontraído podemos ver um país tão "distraído" em relação aos rumos que estão dando a ele, por vezes podemos notar que há uma dúvida se realmente crescemos e desenvolvemos na prática como deveríamos, segundo as avaliações por parte dos países do primeiro mundo. Mais adiante podemos ver se estamos mesmo desenvolvendo, a hora é essa: O JULGAMENTO DO MENSALÃO!
Na próxima quinta feira, 02/08/2012, teremos a chance de nos redimir através de um passo largo na senda da reconstrução do Brasil que será a condenação, se provado for (?), que esses canalhas e detratores do crescimento do país causam a tempos, por vez devemos acompanhar e cobrar um julgamento justo para que sirva de exemplo e assim uma nova era possa iniciar-se e, consequentemente, as coisas comecem a melhorar. Mas há uma preocupação em relação ao julgamento que é a defesa dos acusados, observemos que é a melhor do país e isso certamente terá um peso enorme em favor dos que deveriam ter suas prisões decretadas, caso sejam "condenados". Tenho uma profunda preocupação em relação a condenação de alguns deles e acho (arrisco dizer) que dos mais "famosos" somente o Delúbio Soares poderá ser condenado, deixando fora disso José Dirceu, José Genoíno, Valdemar Costa Neto, Bispo Rodrigues, Marcos Valério... Mas antes vejamos alguns dos principais acusados do esquema, que somam 40 no total.
BISPO RODRIGUES
Então presidente do PL no Estado do Rio de Janeiro e segundo vice-presidente no âmbito nacional, é acusado de receber R$ 150 mil do esquema do mensalão. De acordo com o MP, o parlamentar utilizou o motorista Célio Marcos Siqueira como intermediário para sacar, no Banco Rural em Brasília, os recursos do “valerioduto”.
Ex-bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, Rodrigues renunciou, em 2005, ao mandato que tinha como deputado federal para evitar um processo de cassação. Em 2006, passou 32 dias preso em Brasília e em Cuiabá (MT) suspeito de envolvimento com a máfia dos sanguessugas, quadrilha que desviava dinheiro destinado à compra de ambulâncias. Atualmente, é diretor da Rádio Record, no Rio de Janeiro.
DELÚBIO SOARES
“Principal elo com as ramificações operacionais da quadrilha”, o tesoureiro do PT na época do esquema do mensalão, Delúbio Soares, tinha, de acordo com o MP, a função de repassar as decisões de “compra” de parlamentares tomadas pelo núcleo chefiado pelo então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu.
O publicitário Marcos Valério, operador do suposto mensalão, aponta Delúbio como seu “principal interlocutor em Brasília” e “amigo pessoal”, com quem, conforme a PGR, se reunia frequentemente e mantinha contatos telefônicos semanalmente para discutir o esquema. Assim como José Genoino, Delúbio Soares também foi avalista de empréstimos fictícios que tinham por objetivo maquiar a real destinação dos recursos liberados para a cooptação de parlamentares. Atualmente é consultor, sindicalista e sócio majoritário da empresa Geral Imóveis.
DUDA MENDONÇA
O publicitário Duda Mendonça é acusado pelo Ministério Público de remeter dinheiro não declarado para contas mantidas em paraísos fiscais. Ele teria recebido R$ 15,5 milhões das contas de Marcos Valério por meio de sua sócia, Zilmar Fernandes. "Buscando sofisticar a forma de pagamento para evitar qualquer registro formal, ainda que rudimentar, das operações, os denunciados Zilmar Fernandes e Duda Mendonça informaram ao núcleo publicitário-financeiro (comandado por Marcos Valério) que o restante dos repasses deveria ser efetuado no exterior na conta titularizada pela offshore Dusseldorf Company LTD.", diz a denúncia.O publicitário nega conhecer a origem do dinheiro recebido, mas confirmou tanto à CPI dos Correios como ao STF de que pode ser sido pago com recursos de caixa dois.
Duda Mendonça é considerado o responsável pela mudança na imagem do ex-presidente Lula na campanha de 2002, que garantiu a primeira vitória dele nas urnas. No ano passado, ele esteve à frente da campanha pela criação do Estado de Carajás (sul do Pará) sem cobrar nada. Duda tem fazendas na região, financia vaquejadas e tem bom relacionamento com figuras da política paraense.
EMERSON PALMIERI
Ex-tesoureiro informal do PTB, Emerson Palmieri tratava como “assunto resolvido” o recebimento de propina do mensalão para o partido. Ao lado do presidente da legenda, Roberto Jefferson, fez acordo, segundo o Ministério Público, para receber R$ 20 milhões do núcleo central da quadrilha. Na sede nacional do PTB, em Brasília, recebeu diretamente do publicitário Marcos Valério R$ 4 milhões em maços de dinheiro envoltos em fitas do Banco Rural e Banco do Brasil.
Conforme a PGR, o tesoureiro orientava petebistas a buscar envelopes com propina diretamente de Simone Vasconcelos, diretora-administrativa da empresa SMP&B, de propriedade de Valério.
HENRIQUE PIZZOLATO
Henrique Pizzolato era diretor de Marketing do Banco do Brasil na época do escândalo do mensalão. Segundo a denúncia do MP, Pizzolato ajudou o grupo de Marcos Valério a desviar recursos do fundo Visanet, constituído com recursos do Banco do Brasil. Ele era o responsável direto pelo acompanhamento e execução do contrato. A denúncia revela ainda que o ex-diretor do BB recebeu mais de R$ 320 mil de propina “como contraprestação pelos benefícios ilicitamente proporcionados, no exercício de sua função, ao grupo empresarial de Marcos Valério”.
Em depoimento da Comissão Parlamentar Inquérito (CPI) mista que investigou o escândalo dos Correios (estopim para a revelação do mensalão), Pizzolato disse que fez adiantamentos às empresas de Marcos Valério sob ordem do então ministro Luiz Gushiken. Em 92 páginas de defesa entregues em 2011, Pizzolato exigiu honestidade das instituições e que a pressão de setores da sociedade não poderia influenciar nas decisões.
JACINTO LAMAS
Fundador do PL, Jacinto Lamas (atual PR), era o principal homem de confiança de Valdemar Costa Neto, maior expoente da legenda. De acordo com o Ministério Público, recebia a propina encaminhada pelo núcleo de Marcos Valério por ordem do PT.
Foi tesoureiro da legenda e um dos responsáveis pela indicação da empresa Guaranhuns Empreendimentos a Marcos Valério como mecanismo para viabilizar o pagamento seguro de propina. Na versão da PGR, os repasses com emprego da Guaranhuns resultaram em transferências de aproximadamente R$ 6,5 milhões ao PL. Ao todo, com participação de Jacinto Lamas, o PL teria arrecadado “no mínimo” R$ 10,8 milhões do esquema do mensalão.
JOÃO PAULO CUNHA
O deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) foi um dos coordenadores da campanha eleitoral para Presidência da República em 2002, que levou Luiz Inácio Lula da Silva ao Planalto. Na ocasião, ele foi apresentado a Marcos Valério pelo também deputado Virgílio Guimarães (PT-MG). A denúncia do MP contra Cunha relata uma aproximação entre ele e Marcos Valério principalmente durante a campanha para a Presidência da Câmara dos Deputados, o terceiro cargo na linha sucessória da República. Segundo o MP, o deputado recebeu propina de R$ 50 milhões para dar tratamento privilegiado na escolha de agência de publicidade.
“João Paulo Cunha, por seu turno, não apenas concordou com a oferta, como, ciente da sua origem criminosa, engendrou uma estrutura fraudulenta para o seu recebimento”, diz o trecho da denúncia. O procurador-geral da República na época apontou ainda desvios de R$ 252 mil por João Paulo Cunha durante a execução do contrato. Cunha ainda é deputado federal em exercício e, por ter foro privilegiado, é um dos réus fundamentais para que o caso continue tramitando no STF.Candidato a prefeito de Osasco (SP), ele é o único dos réus do mensalão a tentar a sorte nas urnas neste ano
JOSÉ BORBA
Então líder da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados, José Borba considerava o publicitário Marcos Valério “uma pessoa influente no governo federal” na negociação de cargos na administração pública federal. De acordo com o empresário, o parlamentar recebeu R$ 2,1 milhões no esquema de lavagem de dinheiro do mensalão das mãos de Simone Vasconcelos, diretora-administrativa da empresa SMP&B.
O próprio José Borba teria comparecido à agência do Banco Rural, em Brasília, para receber parte da propina. Renunciou ao mandato de deputado federal em outubro de 2005 para evitar um processo de cassação. Atualmente, Borba é prefeito da pequena cidade paranaense de Jandaia do Sul, que tem 20.269 habitantes.
JOSÉ DIRCEU
Na época do escândalo do mensalão, José Dirceu ocupava o importante cargo de ministro-chefe da Casa Civil. Seu envolvimento no esquema, segundo denúncia do MP, era central, “objetivando a compra de apoio político de outros partidos políticos e o financiamento futuro e pretérito (pagamento de dívidas) das suas próprias campanhas eleitorais”.
“A atuação voluntária e consciente do ex-Ministro José Dirceu no esquema garantiu às instituições financeiras, empresas privadas e terceiros envolvidos que nada lhes aconteceria, como de fato não aconteceu até a eclosão do escândalo, e também que seriam beneficiados pelo Governo Federal em assuntos de seu interesse econômico, como de fato ocorreu”, diz um trecho da denúncia do MP. Dirceu tinha mandato como deputado federal, mas foi cassado em 2005. Na prática, ele só poderá se candidatar a algum cargo eletivo nas eleições municipais de 2016.
JOSÉ GENOINO
Presidente do PT na época do esquema do mensalão, José Genoino, era, de acordo com o Ministério Público, o interlocutor político visível da organização criminosa de pagamento a parlamentares em troca de apoio político. Ainda conforme a Procuradoria Geral da República, apesar de possuir um ínfimo patrimônio declarado, foi avalista na simulação de empréstimos nos bancos Rural e BMG que mascarariam o real destino dos recursos.
Participou dos encontros e reuniões com os dirigentes do PP, PTB, PL (atual PR) e PMDB, cooptados pelo esquema de pagamento de propina. Disputou as eleições de 2010 para deputado federal, mas não foi eleito. Atualmente é assessor especial do Ministério da Defesa.
SÍLVIO PEREIRA
Sílvio Pereira era o secretário-geral do PT na época do escândalo. Ele é apontado na denúncia do MP como “um dos responsáveis pelas indicações para o preenchimento de cargos e funções públicas no Governo Federal” e parte do chamado núcleo central do esquema. Um dos fatos curiosos durante o escândalo foi a revelação de que Silvinho, como era chamado, tinha recebido um carro da marca Land Rover da empresa GDK. Em carta de desfiliação do partido, ele classificou ter aceitado o presente como um erro.
O STF recebeu a denúncia do MP contra Sílvio Pereira pelo crime de formação de quadrilha. Para se livrar do processo, Silvinho fez um acordo com o Ministério Público para cumprir 750 horas de serviço comunitário e se apresentar em juízo mensalmente. Ele já terminou o trabalho comunitário, mas deixou de comparecer à Justiça em três meses de 2010.
SIMONE VASCONCELOS
Diretora-administrativa da empresa SMP&B, do publicitário Marcos Valério, Simone Vasconcelos respondia, segundo o Ministério Público, pela sistemática de lavagem de dinheiro do esquema do mensalão. Conforme a denúncia, tinha por função ir à agência do Banco Rural, em Brasília, sacar o dinheiro da propina e o repassar aos destinatários finais. Também telefonava para os parlamentares envolvidos no esquema, informando que os recursos já estavam disponíveis e orientando o local e a forma de recebimento.
“Era peça fundamental na engrenagem criminosa, pois tinha como ofício repassar o dinheiro para os beneficiários finais da engenharia criminosa montada. Foi a responsável pela organização da documentação que resultou nos empréstimos fraudulentos junto aos bancos Rural e BMG”, diz o MP.
VALDEMAR COSTA NETO
O deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP) era presidente nacional do PL (atual PR) na época do escândalo do mensalão. Além de presidente da legenda, ele ainda era o líder do PL na Câmara. Costa Neto aparece na denúncia do Ministério Público por ter recebido propina em função do apoio do PL ao governo federal.
“Os recebimentos, por sua vez, eram concretizados com o emprego de operações de lavagem de dinheiro para dissimular os reais destinatários dos valores que serviram como pagamento de propina”, diz um trecho da denúncia do MP. Em 2005, ele renunciou ao cargo para escapar de um processo de cassação. Nas eleições de 2006, Valdemar Costa Neto voltou a se eleger como deputado federal , sendo reeleito em 2010.
Bem, aí estão os maiores acusados do esquema do MENSALÃO e torçamos para que isso não termine em mais uma grande pizza.
Iran Damasceno.