terça-feira, 27 de maio de 2014

"Reflexão, O Que Fizemos Com Ela"?



"Há duas coisas na vida que não podemos negar: A COISA que existe e a COISA que eu quero que exista". Iran.



Olá, leitor!

Refletir, ação que somente os seres humanos podem realizar, é algo ainda discutível e assim vamos deixando passar, como tantos outros aspectos observáveis de tanta importância. A reflexão é algo racional e providencial em todos os momentos na vida de qualquer um, até por que somos seres em constante desenvolvimento, portanto o ato de REFLETIR é extremamente salutar e ajuda ao crescimento das potencialidades do ser. 
Quantos aspectos livres no contexto social, na vida de relação e no cotidiano dos problemas são deixados de lado apenas por não termos a paciência devida e ou o interesse em aprendermos e, diante dessa engrenagem preguiçosa, quantas oportunidades de melhoras pessoais e sociais não deixamos passar? A reforma íntima, aquela que a sociedade não visualiza por ter sido construída sobre os alicerces perigosos do capitalismo, fica única e exclusivamente por conta do indivíduo e por isso devemos entender que qualquer mudança para ter base e continuidade, necessita nascer como a célula. Só, e aí multiplicar-se. Podemos citar como prioridade os valores da vida que estão sendo deixados na estrada, justamente pelo fato de estarmos seletivos ao extremo e assim as coisas passam e, quando percebemos, já não da mais pra voltar e tentar resgatar o que se perdeu. É aí que nascem os MONSTROS SOCIAIS, aqueles que são produzidos com os "chorumes" do que deixamos na trilha das nossas iniquidades, dos restos de "lixo hospitalar" das nossas feridas que quase nunca cicatrizam e das maldades das mentes humanas que ainda não se percebem que por causa da falta de reflexão, estamos criando um verdadeiro "lixão" de puerilidades e atitudes que jamais construirão coisas positivas, mas sim destroem a célula criadora, lá no seu nascedouro, e não permitem que o mundo novo seja criado e o inconsciente seja desbravado. Eu vejo o que quero e aponto apenas para o que quero, sendo assim o que eu crio, por vezes, é apenas a minha construção pessoal e vez por outra, ela nada tem a ver com o bem comum. Uma espécie de ILUSÃO ou ideia pré-concebida de mim mesmo, que acaba contaminando aos iguais.


No Brasil, país aprisionado, ainda hoje pelos maus tratos que realizamos num passado recente, estamos deixando passar grandes oportunidades de reagirmos e lutarmos contra o poder escuso e as atrocidades que matam a sociedade como um todo. Não há unidade de ações benfazejas mas sim uma enorme separação de corpos sarados dos acumuladores de gordura, de condomínios fechados com as casas que são construídas pelos "caixotes" do governo, de carros com placas com brasões e que estacionam onde querem, deixando aos que vivem entrevados com as suas bundas numa cadeira de rodas, por vezes atingidos pelas "balas achadas" nos tiroteios entre o Estado e os deserdados desse chão e de si mesmos... Assim vamos nós, caminhando com dificuldade, sem refletir, sem o direito de pensar por nós mesmos, pois sempre estamos reféns das propagandas que compram as nossas ações com promessas de copas do mundo, que em troca nos "dão" algumas ruas e uns trens novos para continuarmos a ser "zumbis" sociais, e aí as raízes do não pensar se alastram pelos campos benditos do senhor, aquele que nos foi entregue em perfeitas condições mas, diante dos nossos desvarios na condição de exterminadores da arte de refletir, acabamos de acabar com tudo.

Pobre de nós, que somos agraciados pela evolução do corpo e do cérebro, feitos para abrigar, ainda que por pouco tempo, a essência da vida, que é o Espírito da reflexão.

Iran Damasceno. 


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