segunda-feira, 28 de outubro de 2013

"A Inconsciência Religiosa, Atrai Falsos Profetas"


"A inteligência é atributo do ser humano e a mesma foi conquistada e não algo "presenteado" pela divindade. Obviamente que existe um princípio inteligente que cria, incessantemente, todavia a continuidade e transformação das coisas tem que vir dos seres cocriadores".

Olá, leitor!

Se perguntarmos a um cão qual o caminho a ser seguido ele não saberá responder, entretanto podemos observar que através dos ensinamentos, gestos e movimentos repetidos, diante de uma informação coerente e didática, obviamente que o mesmo animalzinho saberá nos conduzir ao local certo pelo simples fato dele ter aprendido de maneira lógica e racional. Diante desse exemplo tão simplório temos como cenário observável justamente o contrário na espécie humana, que somos nós, seres dotados de raciocínio, capacidade de discernimento e de arquitetar coisas, diferentemente dos animais, sendo assim, vem a pergunta: Porque nos deixamos levar por falsas afirmações em relação aos caminhos da religião? Que força é essa que faz com que o ser humano deixe de lado as suas convicções, por vezes, e enverede por caminhos ilusórios e inexistentes em direção a uma "fé" metaforizada, absurda e cruel? Tem explicação no inconsciente. É lógico que somos vítimas de nós mesmos por termos criado uma história de inverdades, crueldades físicas e psicológicas (que nos digam as inquisições católica e protestante) e justificativas até mesmo para raios e trovões, atribuindo a eles uma certa divindade. Claro que isso só poderia dar no que deu.
Se imaginarmos lá atrás, há séculos passados, quando ainda nos movimentávamos de maneira bastante indefinida no que se refere a conhecimentos mais adiantados, quando os olhos olhavam para o céu e a mente achava que havia algo a mais do que um simples azul (o próprio Shakespeare dizia que há mais mistérios entre o céu e a Terra do que imagina a nossa vã filosofia), jamais imaginaríamos que tais situações de desenvolvimento iriam ocorrer e daí a explicação trivial para o começo do entendimento da proposta de escutarmos mais as oratórias da razão. Se isso é algo contundente, no que se refere a compreensão de nós mesmos e do que é o outro, porque ainda não conseguimos identificar em EM NÓS MESMOS onde está o "gene" da incompreensão de falsas ideologias "religiosas"? Que fascínio é esse que faz com que as pessoas fiquem engessadas de emoção ao ponto de se entregarem a retóricas e falácias de prosperidade material? felicidades eternas no céu? de infernos eternos com o demônio? de salvações ditas pelos antigos? Por outro lado devemos entender que o inconsciente é algo bastante discutível e de extrema dificuldade de ser entendido se não nos permitirmos desbravá-lo em suas diversas "cavernas" e assim partirmos em busca das verdades menos sofríveis, porém as coisas mais aterrorizantes que o ser pensante do planeta, que é o ser humano, pode cometer é entregar os seus pensamentos e as suas ações ao outro, ao que vem de fora, ao passo que, o que vem de fora, deve ser observado, pensado, como disse, e a decisão tem que ser exclusivamente nossa. Mas isso é, ainda, quase impossível de se deter devido as nossas carências de alguém (síndrome do mamar no peito) a nos guiar. 
Ser livre não é poder andar pelas ruas sem ninguém nos importunar, mas sim de entendermos que o importunar é algo que nós plantamos em nossas mentes, é querer prender o pássaro na gaiola quando na verdade ele foi feito pra voar. A partir do momento em que eu me torno dependente da palavra ou ação do outro, certamente que já estou na gaiola da minha própria incapacidade.


Quando observamos pessoas comuns como nós destinando a vida de milhares ou milhões de pessoas, na investida no que é certo (?) porque está em algum livro, por exemplo, aí já está o perigo da estrada escorregadia e, nós, andando e dirigindo com os pneus "carecas". Porque um "líder religioso" possui tanto poder e fascínio nas mentes das pessoas ditas religiosas? É claro e cristalino para respondermos que isso ocorre por causa da afinidade e poder de ligação que temos com o divino (Deus, cosmo, astral...) mas, em todos os tempos da humanidade, sempre tivemos os mais espertinhos e os mais bobinhos, sendo assim podemos entender que algum "espertinho" se fez valer dessa condição e partiu para as falácias que ultrapassam os séculos, que são o PECADO, ABOMINAÇÃO, DEMÔNIO... Aí está instalado o caos.


Jung já falava sobre isso, nas entrelinhas, quando se referia aos estímulos que nos são dados diante de tudo que é observável vindo de FORA de nós e, pouquíssimo, até porque as cavernas do inconsciente são duras de entender, é observado quando vem de DENTRO. Quando eu me movimento na dúvida, sem consciência do que eu sou e de como sou, do que posso e de como posso, certamente que fico refém das retóricas e fanfarronices das falsas religiosidades e, assim, me torno presa fácil e dou poder aos detratores financeiros da fé humana. Isso terá um fim somente quando nos orientarmos e tivermos coragem e inteligência de separarmos Deus da coletividade e o colocarmos dentro de nós, sem a EMPÁFIA E PRETENSÃO de acharmos que religião e fé tem que ser ostentados. É muito difícil de nos olharmos no espelho e aceitarmos que algo está em desarmonia com o que queremos, se isso ocorrer o caminho mais adequado e coerente, ainda que mais longo, seria a aceitação e busca pelo entendimento para que não joguemos, mais uma vez, as consequências das nossas iniquidades, na "conta" do outro. Por vezes, o "líder religioso", não é a questão a ser discutida e muito menos a religião, mas sim as nossas inconsciências vagas e aterrorizantes, pois quando jogamos, literalmente, as nossas responsabilidades e ações nas mãos cruéis desses detratores disfarçados de "homens santos", certamente que não precisaremos nos preocupar com o inferno, até porque, diante de tais investidas, ele já está dentro de nós residindo e aguardando a morte do corpo porque a do Espírito, essa já esta presente.



"Utilizemos a vida de maneira menos torpe possível e entendamos que a mesma é de responsabilidade particular, entretanto a vida de relação é fundamental apenas para aprendermos uns com os outros e não para sermos subjugados pelo que está de fora".

Iran Damasceno.



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