sexta-feira, 11 de outubro de 2013

"Neurose"



O Psicanalista pergunta ao paciente: "O que mais lhe incomoda ou agride a sua vida"? O paciente responde, rápida e diretamente: "A realidade".

Olá, leitor!

Antigamente tínhamos a mania de dizer que fulano não era normal ou então que ciclano era doido mas, será que já perguntamos: Quem é "normal", ao ponto de desconhecer, na prática, a NEUROSE? Os avanços da Psicanálise nos deixam mais "aliviados" por nos informar que todos nós somos, de uma maneira ou de outra, neuróticos. Entendamos o que é NEUROSE, para não "arrancarmos os cabelos":
Neurose, conhecida como distúrbio neurótico, é um termo que refere-se a qualquer desequilíbrio mental que cause angustia e ansiedade, porém ao contrário da PSICOSE e algumas outras desordens mentais ela não afeta ou impede a razão. Como doença a neurose representa uma variedade de condições psiquiatricas, nas quais a angustia emocional ou conflito inconsciente são expressados através de várias perturbações que podem ser físicas, fisiológicas e ou mentais. Vale lembrar que o sintoma final é a ansiedade.
Na época da revolução francesa (1789) surge o médico Pinel, que se tornaria o pai da psiquiatria, e a mesma é a primeira especialização da medicina. Nesta época utilizava-se o chamado "tratamento moral" que consistia em dar banho frio, por exemplo, para tratar certos distúrbios mentais como o "alienismo". Algumas conceituações são sempre bem vindas para que possamos entender, ainda que de maneira filosófica, certos distúrbios. Por exemplo: "A doença mental é um erro da razão". "A loucura é uma maneira do indivíduo falar a verdade". e por aí vai...
A neurose obsessiva, por exemplo, vai para o consciente assim como o afeto e não renega a realidade, ela somente não quer tomar conhecimento dela. Podemos observar algo como exemplo num caso típico de problema com o chefe, num ambiente de trabalho, que é bastante comum hoje em dia, onde o individuo, ao se desentender e, sem sabermos o quanto aquilo o desequilibrou, ele passa a fixar o pensamento nas coisas daquela ordem e assim desenvolve um quadro neurótico obsessivo através de pensamentos constantes sobre algo. As consequências disso pode mostrar o quanto o caso é grave ou apenas passível de orientação para que o ser entenda e retome as emoções mais racionais possíveis. Para entendermos melhor o processo, vejamos como se da a divisão da vida mental, que pode ser em duas partes: CONSCIENTE e INCONSCIENTE. A parte consciente poderia ser considerada como a ponta do ICEBERG e assim tida como pequena e insignificante, o que possibilita uma visão superficial da personalidade. Mas a grande porção, que é o inconsciente, que seria a parte submersa do mesmo iceberg, é constituída dos instintos, ou seja, as forças propulsoras de todo comportamento humano.
 
Freud não parou por aí e foi mais fundo quando pesquisou e reavaliou essa distinção entre consciente e inconsciente e propôs os conceitos de ID, EGO E SUPEREGO. O que significa:
ID -> É a noção inicial de inconsciente e seria a parte mais primitiva e menos acessível da personalidade. Freud explica que o ID desconhece o julgamento de valores, o bem e o mal, a moralidade... (Freud, 1933 - p. 74) As forças do ID buscam a satisfação imediata sem tomar conhecimento da realidade. Funciona de acordo com o prazer, preocupada em reduzir a tensão mediante a busca desse prazer e evitando a dor.
EGO -> Este serve como mediador e facilita a interação com o ID e as circunstâncias do mundo externo. Ele representa a razão ou a racionalidade, ao contrário da paixão insistente e irracional do ID. O EGO não existe sem o ID, ao contrário, ele extrai sua força do ID. O EGO existe está constantemente lutando para satisfazer os instintos do ID.
SUPEREGO -> Pode ser entendido como a moralidade. Freud o definia como o "defensor da luta em busca da perfeição". Ele é, resumidamente, o máximo assimilado psicologicamente pelo indivíduo do que é considerado o lado superior da vida humana. Podemos observar que o SUPEREGO está em conflito com o ID, ao contrário do EGO que tenta adiar a satisfação do ID, para momentos e lugares mais adequados, o SUPEREGO tenta a completa satisfação do ID. Na neurose então podemos definir um conflito entre o EGO e o ID.


Portanto, devemos entender que essas instâncias do aparato psíquico está sempre em funcionamento para que possamos entender o que vem de dentro e o que vem de fora, sendo assim, basta prestarmos a atenção e vermos que os conflitos servem de "alarme" para algo que pode estar em desarmonia ou que possa vir a desarmonizar.

SALVE FREUD!

Iran Damasceno.











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