Querido leitor:
Uma pessoa dedica-se a outra com todo o seu ardor e sinceridade e por vezes se desfaz dos seus sonhos para ajudar ao próximo e, o que recebe em troca? Desprezo! A isso podemos chamar de INGRATIDÃO. Mas a palavra, assim como tantas outras da nossa língua, possuem duplo sentido popular e nos meios sociais que estão lotados de hipocrisia e ignorância. Já está na hora de entendermos mais os significados para não ficarmos reféns das nossas ignorâncias e assim não atritarmos com o nosso semelhante.
É muito comum na vida de relação encontrarmos a quem ofender e ser ofendido, eu diria até que isso é natural nos tempos atuais, porém, diante das nossas mazelas e capacidade de incompreensão sempre estamos nos colocando como "vitimas" da situação por um simples fato: Sempre achamos que o outro tem que ser como eu quero, não respeitamos a liberdade de ser e de expressar-se do individuo ou coletividade em questão, por vezes apelamos aos nossos ataques para chamarmos a atenção de quem "passa por perto" a fim de acharmos eco em nossas insatisfações. É o tão antigo e "providencial" MIMO, aquele que trazemos do berço e abraçamos como uma forma de nos proteger das situações desagradáveis na vida. Podemos notar que as pessoas que se dizem acometidas pela ingratidão e desprezo nem sempre se dão conta do que realmente está acontecendo com elas, procuram e preferem ser vítimas da situação do que encarar os fatos como realmente são e acabam se colocando num pedestal de certezas e superioridades que lhes cegam a razão e a coerência do que acontece de verdade. A isso podemos chamar de infantilidade e insensatez.
Existe um tipo de personalidade que faz as coisas para ser notado e ter, como consequência, o outro em "seu poder" para satisfazer o seu ego e, a partir dai, esperando (por vezes inconscientemente) uma resposta negativa do agradado para que o mesmo possa dizer aos amigos ao redor: "Viram, ajudei a fulano e ele me virou as costas". Ora, o exemplo do início do texto sim poderia ser chamado e caracterizado de ingratidão, mas esse... Ingratidão é aquele efeito de uma ação de indiferença por uma ajuda sincera recebida, eu disse ajuda sincera, não aquela que é feita para ostentar e que, em muitos casos, não deixa o outro crescer e seguir seu rumo para que um dia, quem ajudou verdadeiramente, poder olhar e dizer: Esse mereceu a minha ajuda "invisível", está feliz e fazendo os outros felizes. Isso é ajuda verdadeira e, ainda que o outro lhe "de as costas", o que ajudou, pelo simples fato de ter um coração bondoso e personalidade forte, estará forte e de pé para ajudar a outros que dele precise. Neste caso não há como se preocupar com a tal da INGRATIDÃO porque o de caráter reto não se importa com a maledicência de quem não sabe ser grato, a doença está no que é indiferente e não no que lhe prestou ajuda, embora eu ache que certas personalidades sejam ao inverso e NECESSITEM se chatear para poderem dizer, alto e em bom tom: Fui traído, sacaneado e estou sofrendo, ora, me poupe dessa babaquice "acordemos pra cuspir", se tivéssemos bondade e inteligência no coração isso não aconteceria porque certamente saberíamos a quem ajudar e, ainda assim, se nos traíssem, o traído seria quem fez e o efeito da traição sempre cairá sobre os ombros do ofensor. Isso não é desejar mal e sim a ciência da lei de causa e efeito.
Aos "estudantes da vida", assim como eu: Aprendamos a interpretar o significado das coisas para não perdermos tempo com lágrimas desnecessárias, as vezes estamos ajudando a quem não quer ajuda e deixamos de ajudar aquele que quer e merece. Assim sendo, deixo meu abraço aos "ingratos" que ajudam a desmascarar aqueles falsos "ajudantes", que na verdade não passam de interesseiros e usam as pessoas com suas migalhas para se manterem vivos diante da sua miséria espiritual. Saibamos ajudar com o coração!
Iran Damasceno.
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