De repente me aproximo do teu ninho, vou chegando e te querendo de mansinho;
Agora volto ao passado das ilusões sem ter a quem querer, perco-me nas sombras daquela que me fez sofrer;
Deixo o amor deixo a dor, sempre que te encontro volto ao torpor, pois para entender é preciso crer, mas para crer é preciso sofrer;
Na paz é que me faço entender e feliz é alguém que sabe perder, ante as arestas aparadas da desilusão me encontro diante do amor pela doce escravidão;
Tento a todo instante sem obter sucesso, me movo ao teu redor sem ser notado e, quando a noite cai, sou sempre despresado;
Guardo o teu cheiro em meu lençol pensando em te querer, porém, te ter é explodir como o sol a iluminar o céu dos amantes, ainda que eu sofra mais que antes, te quero a me conquistar;
Paro na esquina para ver você passar e observo todos a te paquerar, só não sabes que querer, somente a mim foi dado tal poder;
Na dúvida me abstenho, te dou minha canção e recebo teu dendenho, faça sua vida de emoção só não desprese nunca a minha canção, canção essa que te faz viver e somente, um dia, a mim irá querer.
Iran Damasceno.
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