quarta-feira, 2 de novembro de 2011

" Senhores Deputados: Criemos O Dia Do Zumbi "


Querido leitor:

Desde criança venho sendo "assombrado" com a questão da morte (hoje liberto pela inteligência e busca pela verdade) pelo fato das sociedades entenderem que tudo que foge ao nosso conhecimento deve ser ignorado ou se coloca mistério encima, dificilmente se vai em busca do conhecimento e desmistificamos assim esses fatos, por vezes, corriqueiros e descabidos. Mas o que é a morte pra você? Alguns entendem se tratar de uma forma de transição entre uma encarnação e outra, outros falam do descanso eterno, tem aqueles que entendem como sono até o "juízo" final, e por aí vai... Mas existe uma espécie de morte que quase não atentamos pra ela: A IGNORÂNCIA! O assunto é esse.
Nunca parei pra contar as datas criadas pelo homem como forma de comemoração e criação de "santos", dia do jogador de futebol, do contador, dia da criança, do idoso, do paralítico... vejo que temos exageradamente dias comemorativos ou de reflexão, ao longo do ano, para gastarmos dinheiro e darmos "satisfação" aos nossos egos e as nossas mazelas inconscientes. Já paramos pra pensar que se guardássemos o dinheiro que geralmente gastamos nessas datas, quanto você acha que teríamos ao final do ano? Vamos tentar fazer uma continha, rapidinho, comentando algumas datas e uma estimativa de gasto:

1) Dia de São Sebastião -> Gastei R$ 30.00
2) Páscoa -> "Ninguém" gasta menos que R$ 30.00 
3) Dia dos namorados -> Que não é comemorado somente por casais solteiros, suponhamos que demos uma saidinha e gastamos R$ 60.00
4) 7 de Setembro -> Se cair no meio da semana é motivo de viagem para Região dos Lagos (arrrrg) e gastamos, pelo menos, uns R$ 150.00
5) Dia das crianças -> Se não temos filho damos presente a um sobrinho e gastamos R$ 40.00
6) Finados -> É vela pra tudo quanto é lado, flores passagens de ônibus e táxi... R$ 60.000
7) A data mais forte e que tem um apelo emocional muito grande, ao ponto de ninguém ter coragem de ficar sem bacalhau, vinho, cerveja, presente pra toda a família (Natal não é nada disso)... R$ 500.00

Lembro que estou fazendo uma estimativa individual, ok? Se colocarmos mais uma pessoa no processo a coisa aumenta pelo menos em mais 80%.
Aí vem o "garçom" com a dolorosa conta, e: R$ 870.00 anuais que, ao longo de dez anos daria R$ 8.700,00. Mas não vou fugir aos fatos de encarar o outro lado. Tudo isso tem seu cunho emocional, eu sei, porém, diante do comportamento das classes dominantes em relação a classe dominada, entendo que poderíamos frear um pouco as nossas ações danosas a nós mesmos e ao sistema, impetrando comportamentos mais elevados e racionais como investir em educação, arte, cultura, que também são formas de lazer se souberem ser entendidas. Olha a Europa aí? Por vezes não estamos necessitados de algo, apenas somos "carentezinhos" de nós mesmos quando afirmamos que TEMOS que viajar para liberar o stress, ora, em um mês  onde ocorrem até três feriados queremos viajar em todos e gastar demasiadamente o que temos ou não temos tentando assim dar uma "satisfação" as nossas vontades, por vezes, vorazes. 
Cada um é cada um, todavia, vejo que a melhora para um país como o nosso só se dará a partir do momento em que houver uma mobilização conjunta e comum do seu povo, do contrário, será esse eterno Carnaval e as consequências serão danosas para quem quer sair do verdadeiro "buraco" em que estamos e, para quem quer se salvar da "morte" em vida, vale a pena, pelo menos, pensar.
Não sou contra a diversão (até porque me diverti muito ao longo da vida e ainda me divirto) e a alegria de um povo que é extremamente acolhedor e vibrante, apenas alerto para um mal que está corroendo o nosso amado Brasil e a nossa cultura linda pelo fato de as pessoas não estarem atentas a aspectos fundamentais: falo da CORRUPÇÃO e do CAPITALISMO! Esses dois aspectos são criação da falta da moral individual, da distração das pessoas e da inconsciência geral de um povo que, diante de tantas qualidades, ainda não acordou pra vida, ou para MORTE. 

Abraço aos pensadores e idealistas.

Iran Damasceno.

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